Lei antilavagem de dinheiro avança; oposição teme violações de dados pessoais

CIDADE DO MÉXICO (apro) - As comissões conjuntas de Justiça e Estudos Legislativos do Senado aprovaram a Lei Antilavagem de Dinheiro, que propõe a prevenção e a identificação de transações envolvendo recursos ilícitos.
O objetivo da decisão é proteger o sistema financeiro e a economia nacional, estabelecendo medidas e procedimentos para prevenir e detectar atos ou operações que envolvam recursos ilícitos e financiamento do terrorismo, crimes conexos e estruturas financeiras de organizações criminosas, bem como impedir a utilização desses recursos para seu financiamento.
A decisão visa reformar os artigos 11 bis e 400 bis do Código Penal Federal e foi aprovada por 23 votos a favor, zero contra e seis abstenções.
A iniciativa estabelece que a Unidade de Inteligência Financeira (UIF) será responsável por prevenir a lavagem de dinheiro e a autoriza a coordenar suas funções com a Secretaria de Segurança e Proteção ao Cidadão (SSPC), além da Guarda Nacional, para investigar operações que envolvam recursos ilícitos.
A reforma também busca monitorar "Pessoas Politicamente Expostas" (PEP) em atividades financeiras consideradas "de risco" e estabelecer manuais internos para detectar transações suspeitas nas chamadas "atividades vulneráveis": cassinos, joalherias, imóveis, venda de carros, obras de arte, empréstimos e doações, entre outras.
A iniciativa estabelece que o Ministério da Fazenda e Crédito Público (MSFC) será responsável por elaborar e manter uma lista de servidores públicos considerados politicamente expostos.
A iniciativa deverá ser discutida durante a sessão extraordinária convocada para os dias 23 a 30 de junho na Comissão Permanente.
Mais controlo e vigilância por parte do partido no poder, acusa a oposiçãoA senadora do Movimento Cidadão (MC), Alejandra Barrales, afirmou que as informações solicitadas podem ser fornecidas sem quaisquer restrições e que a inclusão do termo "pessoas politicamente expostas" é altamente ambígua.
"Isso nos parece extremamente grave porque envolve conceder à Secretaria acesso absoluto e sem nenhuma limitação, sem intervenção judicial prévia, muito menos, apenas o que a própria Secretaria designar como processo ou método que seguirá para solicitar informações sobre todos os mexicanos a qualquer entidade pública.
"O conceito de pessoas politicamente expostas é muito amplo, é aberto, incluindo pessoas relacionadas a nós, nossos assessores, novamente, quem quer que a Secretaria designe, familiares ou qualquer pessoa que eles acreditem ter uma pessoa. A pessoa que está tirando nossas fotos agora pode ser alguém relacionado a nós, se a Secretaria assim determinar, porque é muito amplo, é muito aberto, e também achamos o tratamento dessa formulação muito delicado", explicou ela.
Por sua vez, a senadora do PAN Laura Esquivel afirmou que, embora seu partido vote a favor do projeto na comissão, listou os cinco pontos em que seu partido discorda:
A inclusão de partidos políticos, sindicatos e associações profissionais na vigilância do SHCP e da UIF; ambiguidade na definição de pessoa politicamente exposta; a inclusão da Guarda Nacional, o que significa que o Exército obtém informações financeiras confidenciais não apenas daqueles envolvidos em atividades vulneráveis, mas também de oponentes e críticos.
Além de exigir que as autoridades eleitorais enviem informações sobre partidos, coligações, grupos, candidatos e pré-candidatos ao Ministério da Fazenda e Crédito Público, e, finalmente, incluir trusts ou qualquer outra entidade como atividades vulneráveis, isso é outro excesso.
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