Um grupo de 29 ex-moderadores do Meta na Espanha relatam danos psicológicos por exposição a conteúdo violento.

Um grupo de 29 ex-moderadores de conteúdo do Facebook e Instagram apresentou uma queixa contra a CCC Barcelona Digital Services, empresa subcontratada pela Meta, por supostos danos psicológicos decorrentes da exposição constante a material violento.
A denúncia foi apresentada ao Tribunal de Instrução nº 29 de Barcelona, onde incidentes semelhantes já estão sendo investigados.
Um grupo de 29 ex-moderadores de conteúdo do Facebook e Instagram apresentou uma queixa contra a CCC Barcelona Digital Services, empresa subcontratada pela Meta, por supostos danos psicológicos decorrentes da exposição constante a material violento.
Condições extremas de trabalho denunciadas Os autores trabalharam entre 2018 e 2022 na sede do CCC em Barcelona, onde, segundo a denúncia, revisavam diariamente centenas de imagens e vídeos de alto impacto, incluindo assassinatos, estupros, tortura, pornografia infantil e suicídios.
No documento legal, os trabalhadores descrevem as condições de trabalho como "absolutamente desumanas" e explicam que o ritmo de trabalho era "insuportável para qualquer ser humano".

Isso eles revelam. Foto: John G. Mabanglo. EFE
De acordo com a denúncia, os funcionários estavam expostos a riscos psicossociais significativos, tanto pelo conteúdo assistido quanto pela falta de medidas preventivas.
A denúncia também alega que a empresa não informou adequadamente o funcionário sobre a natureza do trabalho antes da contratação , nem implementou protocolos eficazes de proteção psicológica.
Pausas limitadas e aumento da carga de trabalho Os ex-moderadores relatam que recebiam apenas cinco minutos de descanso visual por hora, que não podiam ser acumulados, e que tinham que permanecer sentados por 55 minutos sem conseguir se levantar . Durante esse tempo, tinham que assistir a conteúdo perturbador ininterruptamente. Eles também observam que sua carga de trabalho diária começou com 100 peças de conteúdo por dia e aumentou gradualmente para 800.
Além disso, acusam a empresa de priorizar a produtividade em detrimento do bem-estar dos funcionários. A denúncia enfatiza que eles eram cada vez mais obrigados a trabalhar sem oferecer apoio psicológico adequado ou espaços de recuperação emocional.

Os moderadores começaram a analisar 100 conteúdos violentos por dia, número que vem aumentando desde então. Foto: iStock
Entre as consequências do trabalho, ex-moderadores listam patologias como ansiedade, crises de pânico, insônia, pesadelos, tonturas, vômitos, irritabilidade, sentimento de culpa e até pensamentos de morte.
Esses sintomas, de acordo com o documento, são uma consequência direta da exposição repetida e constante ao material que eles deveriam revisar.
Meta é acusada de ser a verdadeira empregadora Embora os trabalhadores fossem formalmente empregados pela CCC Barcelona Digital Services, a denúncia alega que a Meta exerceu controle efetivo sobre a atividade laboral. Argumenta-se que foi a empresa-mãe que organizou e dirigiu o trabalho de acordo com as suas próprias necessidades de produção e, portanto, na prática, atuou como empregadora efetiva.
A defesa jurídica, liderada pelo advogado Francesc Feliu, solicita que esta denúncia seja juntada aos processos já abertos pelo mesmo tribunal, tendo em vista que os incidentes envolvem fatos semelhantes e contra a mesma empresa.

Mark Zuckerberg, fundador da Meta Foto: Shawn Thew / Arquivo EFE
Antes de recorrerem a processos criminais, cada um dos 29 ex-funcionários apresentou queixa à Inspeção do Trabalho. Relataram as condições de trabalho, a falta de descanso adequado, o tipo de conteúdo visualizado e a falta de medidas de proteção da empresa.
Mais notícias em EL TIEMPO *Este conteúdo foi reescrito com auxílio de inteligência artificial, com base em informações da EFE, e revisado pelo jornalista e um editor.
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