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Bactérias transformam plástico em paracetamol

Bactérias transformam plástico em paracetamol

Do lixo ao medicamento, às vezes é um passo curto. Esse passo foi dado por uma bactéria E. coli geneticamente modificada. Pesquisadores conseguiram fazê-la produzir paracetamol a partir de PET, o principal componente das garrafas plásticas.

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Leitura de 2 minutos. Publicado em 24 de junho de 2025 às 16h08.
Um homem esvazia um saco cheio de garrafas plásticas para reciclagem na vila de Dong Xiao Kou, perto de Pequim, China, em 2015. FOTO FRED DUFOUR/AFP

“Uma bactéria 'come' uma garrafa de plástico, e o resíduo, uma vez dentro do organismo unicelular, fermenta como cerveja e se transforma em paracetamol.” É assim que o jornal El País resume o experimento conduzido por Stephen Wallace e seus colegas da Universidade de Edimburgo, na Escócia, que conseguiram fazer com que a bactéria Escherichia coli geneticamente modificada produzisse o analgésico a partir de tereftalato de polietileno (PET), o principal componente do plástico das garrafas. Os detalhes desta primeira experiência, que combina química e biologia, foram publicados na Nature Chemistry .

“Stephen Wallace trabalha há dez anos para projetar micróbios que produzem diversas moléculas químicas a partir de resíduos”, lembra O Cientista . O especialista em biologia sintética, por exemplo, “criou fábricas bacterianas que produzem precursores de náilon a partir de papel velho ou aroma de baunilha a partir de plástico usado”.

Desta vez, ele se concentrou no paracetamol, um medicamento atualmente fabricado por meio de processos petroquímicos.

Ele explicou ao Guardian :

“Ninguém percebe que o paracetamol vem do petróleo […]. Graças a essa tecnologia, conseguimos fabricar paracetamol de forma mais sustentável, ao mesmo tempo em que livramos o meio ambiente dos resíduos plásticos.”

A tecnologia em questão baseia-se em bactérias muito comuns cujo genoma foi aumentado com dois genes, um de um fungo e outro de uma bactéria do solo. Uma vez geneticamente modificadas, as E. coli são capazes de "transformar materiais de PET em paracetamol em 24 horas, com baixas emissões [de gases de efeito estufa] e uma eficiência de até 92%", relata o jornal britânico.

Embora ainda estejamos longe da produção industrial de medicamentos a partir de plástico e bactérias, este estudo fornece o que chamamos de "prova de conceito". Também abre perspectivas mais amplas. "Pelo que estamos observando, parece realmente possível que muitas — se não a maioria — das bactérias possam realizar esse tipo de transformação. É uma maneira totalmente nova de pensar nos micróbios como fábricas químicas em miniatura", explicou. Stephen Wallace no El País.

Courrier International

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