Mistério cósmico do sinal alienígena 'uau' finalmente resolvido, afirmam cientistas

Um misterioso sinal de rádio detectado há quase cinco décadas e há muito especulado como evidência de vida extraterrestre pode finalmente ter uma explicação natural, de acordo com uma nova pesquisa. O chamado sinal "Uau!" foi detectado pela primeira vez em 15 de agosto de 1977 pelo radiotelescópio Big Ear da Universidade Estadual de Ohio. O astrônomo Jerry Ehman escreveu a famosa frase "Uau!" na impressão após ver a explosão incomum de 72 segundos, que ocorreu a 1420 MHz – a frequência do hidrogênio, o elemento mais comum no universo.
Durante anos, a origem do sinal tem sido debatida, com teorias que vão desde cometas a detritos espaciais e transmissões alienígenas inteligentes. Mas um novo estudo do Projeto Arecibo Wow!, publicado em 14 de agosto de 2025 no servidor de pré-impressão arXiv, sugere que o evento foi o resultado de uma poderosa explosão astrofísica. Liderada pelo astrobiólogo planetário Professor Abel Mendez, da Universidade de Porto Rico, a equipe reanalisou 75.000 páginas de dados de arquivo, digitalizando e refinando medições anteriores. Seus resultados sugerem que o sinal foi mais forte do que se pensava anteriormente – excedendo 250 Janskys – e mais estreitamente localizado dentro da constelação de Sagitário.
Os pesquisadores propõem que o evento foi causado por uma explosão de um magnetar, uma estrela de nêutrons altamente magnetizada, que atingiu uma nuvem fria de hidrogênio interestelar. Isso poderia ter desencadeado uma "explosão de maser", uma amplificação natural das emissões de hidrogênio semelhante a um laser cósmico. A equipe afirma que essa explicação se deve à intensidade, à largura de banda estreita e à natureza pontual do sinal.
O estudo também descarta interferências terrestres, como satélites, transmissões de televisão ou atividade solar, e rejeita sugestões anteriores de que cometas ou reflexos de detritos espaciais seriam os responsáveis. Observações do telescópio de Arecibo, em Porto Rico, antes de seu colapso em 2020, já haviam detectado emissões mais fracas de nuvens de hidrogênio, consistentes com a nova teoria.
Apesar disso, alguns cientistas permanecem cautelosos. A frequência do hidrogênio é considerada uma candidata principal para potenciais sinalizadores extraterrestres, e pesquisadores anteriores – incluindo o diretor do Big Ear, John Kraus – descreveram o sinal como "altamente sugestivo" de origem inteligente. A possibilidade de envolvimento alienígena não pode ser totalmente descartada.
A especulação também foi alimentada pela recente descoberta do cometa interestelar 3I/ATLAS (C/2025 N1), que está atualmente passando pelo sistema solar vindo da mesma região de Sagitário. Alguns pesquisadores sugeriram uma possível ligação, embora a maioria dos astrônomos argumente que a liberação de gases e as caudas de poeira observadas são típicas de cometas.
O sinal Wow! continua sendo o candidato mais famoso na busca por inteligência extraterrestre (SETI), mas não o único. Em 2003, astrônomos identificaram uma explosão de rádio de curta duração conhecida como "SHGb02+14a" durante uma pesquisa SETI, enquanto, mais recentemente, sinais de banda estreita inexplicáveis de Proxima Centauri foram investigados em 2020 no âmbito do projeto "Breakthrough Listen".
Mais tarde, descobriu-se que todos eles tinham prováveis origens naturais ou terrestres, mas cada um deles ressaltou os desafios de distinguir potenciais transmissões alienígenas do ruído cósmico.
O professor Méndez disse que a nova análise não encerra o caso, mas "o reabre, com um mapa muito mais preciso". A equipe pretende digitalizar todos os dados do Big Ear até 2027, o 50º aniversário da detecção.
Espera-se que instrumentos futuros como o Square Kilometer Array forneçam maior sensibilidade e possam determinar se o sinal Wow! foi de fato um fenômeno natural raro — ou algo mais.
Daily Express