A população mundial de cegonhas é de cerca de 330 mil pares.

A população global de cegonhas atingiu cerca de 330.000 pares. Isso representa um aumento de mais de 20% em comparação com os dados de uma década atrás — de acordo com os resultados oficiais da contagem de cegonhas de 2024.

Cientistas e naturalistas resumiram os dados coletados como parte do 8º Censo Internacional da Cegonha-Branca, realizado pela NABU ( BirdLife Alemanha ) em cooperação com a BirdLife International. O censo foi realizado em 2024. Abrangeu 41 países com resultados completos e outros oito com dados preliminares.

A Polônia é considerada um paraíso para a cegonha-branca há décadas. Em junho de 2025, o país se juntou ao grupo de países com um conjunto completo de dados. Como comentou o Prof. Piotr Tryjanowski, da Universidade de Ciências da Vida em Poznań, "às vezes vale a pena aguardar a publicação para ter o panorama mais completo e verificado possível — especialmente em um país com uma população tão grande como a Polônia, onde as diferenças entre as regiões podem ser significativas. Embora os detalhes regionais ainda não tenham sido publicados, sabe-se que o número de casais reprodutores na Polônia permanece em um nível muito alto, sem um aumento significativo, mas também sem uma diminuição drástica."

"Considerando a situação relativamente estável na Polônia, dados de outros países mostram tendências fortemente diversificadas", observa o Prof. Tryjanowski.

O professor cita o exemplo da Argélia, onde, com base em novos dados de dois departamentos, estimou-se um aumento de cinco vezes no número de casais reprodutores em comparação com 2004 – de 6.600 para cerca de 33.000. "A Líbia, por outro lado, participou de um censo internacional pela primeira vez e imediatamente revelou uma população muito maior do que se pensava anteriormente: 758 casais, principalmente nas províncias do nordeste. Vale destacar também a situação na Grã-Bretanha, onde foram registrados 30 casais, originários de um programa de reintrodução implementado no sul da Inglaterra – há uma década, não havia cegonhas lá. Por outro lado, observam-se declínios nos países bálticos – na Estônia, a população diminuiu cerca de 18%, e na Letônia, 28% em comparação com 2014. Dados adicionais da Lituânia, Rússia e nordeste da Polônia podem esclarecer as causas dessa tendência", concluiu o cientista.

Atualmente, estima-se que a população global de cegonhas-brancas tenha atingido cerca de 330 mil casais reprodutores. Este é um aumento significativo em comparação com o censo anterior, de 2014, quando o número era de 265 a 280 mil. Um aumento de 21% em uma década pode ser interpretado como um sinal positivo, embora – como aponta o professor Tryjanowski – valha a pena lembrar que esses números estão ocultos por condições locais muito diferentes: desde a reintrodução, passando por mudanças na paisagem, até os efeitos das mudanças climáticas.

Dados detalhados da Polônia, bem como de outros países, serão submetidos a análises mais aprofundadas. Eles incluirão comparações entre regiões, o impacto das mudanças no uso do solo e na infraestrutura, e possíveis alterações fenológicas. "A Polônia continua sendo um dos pilares da população mundial de cegonha-branca — e temos a obrigação não apenas de proteger, mas também de compreender essas populações, especialmente diante das rápidas mudanças ambientais", acrescenta o Prof. Tryjanowski.

O professor da UPP enfatiza que a contagem de cegonhas nos permite observar tendências mais amplas. Na década de 2014-2024, com base em dados disponíveis de 40 países, 15 países registraram um aumento no número de casais em mais de 100%. Em 18 países, observa-se um aumento de 10% a 100%. Na Hungria, Croácia e Portugal, as populações permanecem relativamente estáveis ​​(mais ou menos 10%). Os declínios (em apenas quatro países no total) concentram-se no nordeste da Europa.

As contagens internacionais de cegonhas ocorrem a cada 10 anos. Elas permitem a coleta de informações necessárias para o planejamento da proteção de cegonhas, bem como de outras espécies e habitats raros e ameaçados de extinção. O censo na Polônia foi realizado por cientistas e ornitólogos do Grupo de Pesquisa da Cegonha-branca, com o apoio de um grupo de voluntários que visitaram ninhos em municípios em junho e julho de 2024 e registraram os efeitos da reprodução. (PAP)

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