Três filmes para ver esta semana

O realizador israelita Eran Riklis rodou, em Itália, e com um elenco totalmente iraniano, esta adaptação do livro da professora e escritora iraniano-americana Azar Nafisi, que nos anos 90, e depois de ter sido demitida, e a seguir ter-se despedido, de duas universidades de Teerão, por causa da repressão e da censura das autoridades islâmicas sobre os currículos, os métodos de ensino e os docentes, criou em sua casa um clube de leitura com algumas das suas melhores alunas, para lerem e discutirem, livres de pressões externas, vários clássicos da literatura ocidental. Ler Lolita em Teerão é uma história sobre o amor aos livros, a importância da literatura e da liberdade de ensinar, ler e discutir obras literárias, e sobre a condição das mulheres no Irão, que merecia uma melhor organização narrativa e uma realização menos morna. A sempre excelente Golshifteh Farahan interpreta Azar Nafisi, que vive hoje nos EUA com a família.

“O Processo do Cão”

A atriz francesa Laetitia Dosch (Uma Pequena Mentira, O Irmão Mais Novo) estreia-se a realizar com esta comédia satírica em que também interpreta o papel principal. Ela personifica Avril, uma advogada com um longo historial de casos perdidos, que prometeu a si mesma que vai ganhar o próximo processo que lhe for proposto. Surge então Dariuch, um cliente tão desesperado como a sua causa. Dariuch quer que Avril defenda Cosmos, o seu fiel companheiro, que é um cão. O animal mordeu três pessoas, uma das quais ficou desfigurada, e vai ser abatido. A advogada aceita e consegue persuadir o juiz que o cão do seu cliente não é um objeto como o define a lei, mas que tem direito a um processo como se fosse um ser humano, o primeiro do seu género desde a Idade Média. E para a ajudar no caso, Avril recorre aos serviços de um especialista no comportamento dos cães.

“Superman”

James Gunn, o realizador de filmes como Guardiões da Galáxia ou Esquadrão Suicida, assina o argumento e a realização deste novo Superman, com David Corenswet no papel do Homem de Aço. Super-Homem é vítima de uma sinistra e intrincada conspiração montada por Luthor (Nicholas Hoult), a que não falta o recurso à manipulação das redes sociais e às fake news, para o desacreditar totalmente perante os cidadãos de Metropolis, e toda a humanidade, e depois o eliminar e ter um país com o seu nome, Luthoria, onde irá criar uma utopia tecnologicamente avançada e belicista. Krypto, o cão com super-poderes de Super-Homem, faz aqui a sua estreia no cinema de imagem real. Superman foi escolhido como filme da semana pelo Observador e pode ler a crítica aqui.