Impressão misteriosa em selo antigo está ligada à previsão do fim do mundo

Arqueólogos descobriram um selo de argila de 2.600 anos em Jerusalém que pode estar ligado a um aviso bíblico sobre o fim iminente do mundo. O artefato, conhecido como bula, remonta ao período do Primeiro Templo e traz uma inscrição em hebraico que diz: "Pertencente a Jedaías (filho de) Asaías". Mais surpreendente ainda, o selo contém impressões digitais visíveis, que se acredita terem sido deixadas pelo antigo oficial que o possuía.
Estudiosos acreditam que o nome inscrito no selo pode estar diretamente ligado a um ponto de virada na história bíblica do rei Josias de Judá, que lançou amplas reformas religiosas depois que um pergaminho sagrado foi descoberto em Jerusalém.
O pergaminho, que se acredita ser uma versão do Deuteronômio, contém severas maldições para quem desobedecesse, incluindo fome, guerra, exílio e a desolação tanto da terra quanto do Templo. Quando o conteúdo da carta foi lido em voz alta, Josias ficou tão alarmado com as advertências que continha que rasgou suas vestes e enviou um grupo de homens de confiança, incluindo um homem chamado Asaías, para livrar Jerusalém das práticas pagãs.
Um selo descoberto recentemente com o nome do filho de Asaías, Yedaías, sugere fortemente que um oficial real provavelmente estava ativo durante esse período crítico.
Segundo os pesquisadores, isso não apenas confirma a existência de pessoas nomeadas em fontes bíblicas, mas também confirma o significado histórico e espiritual da redescoberta do pergaminho — um evento que marcou uma virada na história religiosa da Judeia, escreve o Daily Mail.
O arqueólogo Zaki Dvira, codiretor do projeto, disse ao The Times of Israel: "Obviamente, não temos certeza de que o Asayahu mencionado no selo seja o mesmo mencionado na Bíblia. No entanto, vários artefatos semelhantes encontrados na área do Monte do Templo têm nomes bíblicos, e isso faz sentido, pois não eram objetos usados por pessoas comuns."
Marcas no verso do selo de argila indicam que ele era usado para selar uma bolsa ou recipiente de armazenamento, provavelmente amarrado com um cordão, e o estilo de escrita o situa no final do período do Primeiro Templo, em algum momento entre o final do século VII e o início do século VI a.C. Foi por volta da época em que, segundo a Bíblia, o rei da Judeia, Josias, ordenou a restauração do Templo de Jerusalém, também conhecido como Templo de Salomão. Essa ordem foi dada após a destruição do Templo pelos babilônios em 586 a.C., observa o Daily Mail.
Durante o trabalho de renovação, os trabalhadores descobriram um antigo pergaminho sagrado, o Sefer Hathorah, que os estudiosos acreditam ser provavelmente uma versão inicial do Pentateuco, especificamente o livro de Deuteronômio, cujos eventos são mencionados em 2 Samuel 22:12 e 2 Crônicas 34:20.
Quando o pergaminho sagrado foi lido em voz alta para o rei Josias, os avisos que ele continha sobre os pecados do povo e a ameaça de punição divina chocaram o monarca.
Dizia-se que este pergaminho falava que o povo da Judeia havia violado seriamente a aliança de Deus ao adorar outros deuses e se envolver em rituais pagãos.
De acordo com Reis 23, Josias enviou oficiais para destruir os santuários, altares e lugares altos dedicados a Baal, Aserá, Moloque e outros deuses estrangeiros, e até mesmo profaná-los para garantir que nunca mais fossem usados. Entre esses oficiais estava um homem de alto escalão chamado Asayahu, descrito na Bíblia como "o servo do rei".
Dado seu status, estudiosos sugeriram que é provável que seu filho, Yedaiah, tenha seguido seus passos e ocupado uma alta posição na corte real ou na administração do templo.
A descoberta de um selo de argila com a inscrição "Jediah, filho de Asayahu" causou comoção entre pesquisadores que acreditam que ele pode estar diretamente ligado aos eventos descritos na Bíblia, enfatiza o Daily Mail.
Especialistas do Projeto Monte do Templo disseram que a conexão era altamente provável, ressaltando que tais selos eram normalmente usados apenas por autoridades com poder significativo.
Sua descoberta no Monte do Templo reforça a teoria de que Yedaías desempenhou um papel importante durante o período do Primeiro Templo. O contexto histórico é igualmente impressionante. Poucas décadas após a descoberta do pergaminho, Jerusalém foi capturada pelo rei babilônico Nabucodonosor. As muralhas da cidade foram derrubadas, o Templo foi destruído e muitos moradores foram mortos ou exilados, incluindo membros importantes da elite governante. Durante o cerco, grande parte dos alimentos da cidade vinha dos armazéns reais e do templo, que armazenavam grãos, azeite, vinho, legumes e mel. Esses armazéns eram selados com pedaços de argila nos quais estavam inscritos os nomes dos oficiais responsáveis por seus cuidados.
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