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Sobrevivente de Hiroshima relata anos de silêncio: 'Pode ser visto como vergonhoso falar sobre isso, para a pessoa ou sua família'

Sobrevivente de Hiroshima relata anos de silêncio: 'Pode ser visto como vergonhoso falar sobre isso, para a pessoa ou sua família'
Toshiko Tanaka em 2014, discursando no Memorial da Paz de Hiroshima, com sua filha e neta. CAPTURA DE TELA DO YOUTUBE

Toshiko Tanaka tinha 6 anos no dia em que viu o céu desaparecer em um clarão branco entre os galhos da cerejeira onde esperava uma amiga ir para a escola. "Então tudo ficou preto", lembra ela. Os Estados Unidos tinham acabado de lançar a bomba atômica sobre a cidade de Hiroshima, matando 140.000 pessoas, em 6 de agosto de 1945, poucos dias antes do bombardeio da cidade de Nagasaki, que mataria 70.000. Com a boca cheia de poeira e queimaduras no rosto, pescoço e braço direito, a menina conseguiu voltar para casa, mas quase perdeu a vida naquele dia.

Por sessenta e cinco anos, ela se isolou e carregou consigo a lembrança do dia 6 de agosto, sem nunca confidenciá-la a ninguém, nem mesmo aos filhos. "Tentei esquecer aquele dia", diz Toshiko, de 86 anos, poucos dias antes da comemoração dos atentados, que ocorreram oitenta anos atrás.

Hoje, Toshiko Tanaka, que sofre de fadiga crônica por radiação desde a infância, conta sua história em todos os continentes e luta por um mundo livre de armas nucleares. Na Nova Zelândia, nos Estados Unidos e no Japão, ela compartilha suas memórias, acompanhada pela filha, Reiko Tashiro, de 60 anos, que trabalha com gestão intercultural em Kobe e traduz as perguntas da mãe do inglês para o japonês. "O apoio de Reiko fortaleceu nosso relacionamento", observa Toshiko Tanaka. interrogada, assim como sua filha, por videoconferência.

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Le Monde

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