Selecione o idioma

Portuguese

Down Icon

Selecione o país

Poland

Down Icon

Dr. Barciński: o retorno é a etapa mais perigosa de uma missão espacial

Dr. Barciński: o retorno é a etapa mais perigosa de uma missão espacial

O retorno de uma cápsula que transporta astronautas à Terra é a etapa mais perigosa de uma missão espacial, disse o Dr. Tomasz Barciński, do Centro de Pesquisa Espacial da Academia Polonesa de Ciências, à PAP. Ele acrescentou que a cápsula aquece até milhares de graus Celsius e pode queimar se entrar na atmosfera no ângulo errado.

Ele enfatizou, no entanto, que a tecnologia e todos os procedimentos são perfeitamente refinados e que há muitos anos não há nenhum desastre envolvendo astronautas retornando da órbita.

Como a POLSA informou na terça-feira, a recepção de volta à Europa do astronauta polonês Sławosz Uznański-Wiśniewski após seu retorno da Estação Espacial Internacional ocorrerá no máximo em 14 de julho. A data ainda não foi confirmada e depende do desacoplamento da nave espacial Dragon.

O Dr. Tomasz Barciński, do Centro de Pesquisa Espacial da Academia Polonesa de Ciências, destacou que, embora o voo da cápsula pela atmosfera dure apenas pouco mais de 10 minutos, é uma etapa muito intensa e, em princípio, perigosa de uma missão espacial.

Durante o lançamento de um foguete, que pode até explodir em caso de colisão, os astronautas contam com um sistema de resgate. A cápsula se separa do foguete e pousa em segurança. Já na reentrada, após a entrada na atmosfera, não há escapatória ou recuo. Restam apenas o voo e o pouso adequados. Por isso, pode-se dizer que esta é a etapa mais perigosa de uma missão espacial", observou o especialista.

Ele explicou que a base da segurança é a precisão do voo. A falha em fazê-lo pode significar um desastre.

"O segredo é entrar na atmosfera no ângulo certo. Se o ângulo for muito suave, a cápsula ricocheteará na atmosfera, como uma pedra lançada na água. Este não é o pior cenário, pois os astronautas podem então tentar a reentrada e, se necessário, fazer novas tentativas. Um voo muito íngreme é muito mais perigoso. A cápsula então esquentará tanto que simplesmente queimará. Portanto, o voo deve ocorrer em uma trajetória bastante estreita", descreveu o Dr. Barciński.

Ele acrescentou que a cápsula Dragon se parecerá com um meteoro ao retornar à Terra.

"A temperatura proveniente da cápsula, à medida que ela se move a uma velocidade enorme pela atmosfera, comprime o ar à sua frente. É um fenômeno físico simples — o mesmo que ocorre quando, por exemplo, você enche uma bicicleta e sente a bomba esquentar. No entanto, ao retornar do espaço, a compressão e a temperatura são tão altas que o ar se transforma em plasma. A cápsula então se assemelha a uma bola de fogo envolta em chamas. Estamos falando de temperaturas de até 2.000 graus Celsius. É por isso que sua frente deve ser coberta com um escudo térmico especial", explicou.

Ele também observou que a ionização do ar causa outro problema: interrompe a comunicação por rádio a ponto de impossibilitá-la. "Por isso, ficamos sem sinal de rádio durante parte do voo. É um período muito tenso para as equipes de solo — todos aguardam as primeiras informações disponíveis sobre o status do veículo", disse ele.

De acordo com o plano, a cápsula que transportará os astronautas da missão Ax-4 deverá pousar no Oceano Pacífico, na costa da Califórnia. Existe o risco de que, se algo não funcionar como esperado, ela não chegue ao destino pretendido. "No entanto, mesmo que não pouse na água, mas sim, por exemplo, em uma selva ou montanha, tudo correrá bem. Os astronautas também são treinados para sobreviver em diversas condições, e a equipe apropriada responderá rapidamente. Poderia representar um problema significativo se pousasse, por exemplo, na Coreia do Norte, mas isso é bastante improvável", ressaltou o Dr. Barciński.

Ele lembrou ao público que os retornos de astronautas do espaço são perfeitamente refinados e realizados com segurança há décadas. "Essa tecnologia já é bem conhecida. Todo o procedimento é automatizado e, se por algum motivo falhar, os astronautas são treinados para realizar o pouso manualmente. Além disso, uma cápsula moderna como a Dragon da SpaceX, embora muito menos testada em condições reais do que a Soyuz, possui sistemas muito mais avançados e espera-se que seja mais segura", disse ele.

Ao retornar, os astronautas terão que se readaptar à gravidade da Terra. "Mas desta vez, depois de duas semanas, não será tão difícil quanto em missões mais longas — quase seis meses", observou a fonte da PAP. "No entanto, mesmo assistindo aos vídeos de Sławosz e outros astronautas na estação, é possível observar certas mudanças em seus corpos, por exemplo, um certo inchaço facial. Isso se deve ao acúmulo de água ao redor da cabeça. A microgravidade tem um forte impacto em vários sistemas do corpo, até mesmo no funcionamento de células individuais."

Marek Matacz (PAP)

tapete/agt/amac/

A Fundação PAP permite a reimpressão gratuita de artigos do site Nauka w Polsce, desde que você nos notifique por e-mail uma vez por mês sobre o uso do site e cite a fonte do artigo. Em portais e sites, inclua o endereço vinculado: Fonte: naukawpolsce.pl, e em periódicos, inclua a anotação: Fonte: Site Nauka w Polsce - naukawpolsce.pl. Esta permissão não se aplica a informações na categoria "Mundo" ou a quaisquer fotografias ou vídeos.

naukawpolsce.pl

naukawpolsce.pl

Notícias semelhantes

Todas as notícias
Animated ArrowAnimated ArrowAnimated Arrow