PAN. Fidalgo Marques sai da Comissão Permanente

Pedro Fidalgo Marques é o terceiro membro do PAN a sair de um orgão do partido na última semana. A demissão foi anunciada este sábado, sendo que no comunicado enviado às redações se lê que o antigo membro não se revê “em algumas decisões internas nem na forma como a participação democrática tem sido conduzida”. Ainda assim, o cabeça de lista às eleições europeias de 2024 diz que se vai manter como militante, afirmando que “não abandona o projeto” e que a sua decisão não representa “um ataque ao partido”.
“Apesar de múltiplas tentativas de contribuir positivamente, tornou-se evidente que o espaço de escuta e cooperação se tem vindo a estreitar, impedindo um funcionamento saudável do coletivo. Saio de um órgão, não abandono o projeto. Continuarei, como sempre, ao serviço do PAN e das causas que representa”, lê-se no comunicado enviado.
Para Pedro Fidalgo Marques — que foi candidato pelo círculo eleitoral de Lisboa em quarto lugar — esta decisão surge após um exercício de integridade pessoal e política. “A minha saída não é um ato de rutura, mas de coerência. Saio da Comissão Política Permanente para poder continuar a servir o partido com a mesma dedicação, mas com a liberdade de quem acredita que a participação ativa e o pensamento crítico são fundamentais à democracia interna”, explica.
E, numa crítica direta ao funcionamento interno do partido, afirma que “não é possível defender para fora a valorização das minorias e da diversidade se, internamente, se desvalorizam sistematicamente as vozes críticas”. “Um coletivo só sobrevive quando existe espaço para todas as pessoas que querem construir — mesmo que pensem de forma diferente”, remata.
Críticas semelhantes apontaram Anabela Castro e Nuno Pires na passada quinta-feira. Estes dois membros anunciaram que iam abandonar a Comissão Política Nacional do PAN após terem sido eleitos pela lista da atual líder, Inês de Sousa Real. Alegaram que a sua decisão surge do “desacordo com o rumo atual da gestão interna do partido”, lia-se num comunicado interno ao qual a Lusa teve acesso.
O PAN deixou de ser “o espaço ético, respeitador coerente e plural que o diferenciava no panorama político nacional”. “A direção atual (ou parte dela), revela uma visão demasiado autocentrada e autocrática, de quem não se responsabiliza pelos resultados, saídas e descontentamentos”, apontam os antigos membros. E acusam ainda a direção do PAN de silenciar as divergências e atacar os críticos.
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