PS aponta eleições internas para final de junho

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Na declaração que fez aos jornalistas, já depois de ter saído da reunião, que independentemente de vir a existir apenas um candidato, “o PS não pode ficar impedido de fazer todo o debate e reflexão que deve fazer.”
Também deixa uma crítica, nas entrelinhas, aos calculismos dos últimos dias sobre o avanço para a liderança, através do seu próprio exemplo. “Quando terminou o ciclo de oito anos e meio, sabia que tinha de avançar mesmo que os livros dissessem que não era o timing. A política é assim temos de avançar independentemente dos timings”, afirmou.
“Não fui calculista quando avancei para a liderança e quando decidi que o PS não podia dar confiança a Luís Montenegro”, disse o fez assim, “sem calculismos”, porque esta é a “atitude correcta que um líder decente deve ter”.
Também disse que o PS tem pela frente “um trabalho de reflexão muito grande” e um dos temas sobre os quais tem de pensar é a imigração. “O PS também deve reflectir sobre imigração e o que ela significa “, disse apontando que “uma entrada tão grande em tão pouco tempo criou tensões”.
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José Luís Carneiro já disse que é candidato à liderança do PS, na reunião da Comissão Nacional que está a decorrer. Também defendeu que o partido deve votar contra a moção de rejeição do PCP ao programa do Governo da AD.
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Pedro Nuno não sai arrependido de ter chumbado a moção de confiança do Governo: “Uma coisa é ganhar eleições, outra é eu continuar que o primeiro-ministro merece a confiança”.
“Numa democracia avançada e qualificada o primeiro-ministro não seria primeiro-ministro. Não tem as condições ética mínimas”, disse o ex-líder do PS. E diz ainda que, sob a sua liderança, “Montenegro “não podia merecer a confiança” do PS.
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Pedro Nuno Santos não promete ficar calado sobre a liderança que se seguir: “Continuarei a dizer o que penso”.
“Uma das características do PS é não triturar líderes nem dirigentes”, diz quando quando questionado sobre se vai “andar por aí”, mas diz que o PS tem conseguido “fazer isto ao mesmo tempo que respeita a opinião diferente dos diferentes militantes”.
O ex-líder do PS mantém que o partido não deve viabilizar um Governo da AD, mas o seu sucessor “tem o direito de aplicar a sua estratégia”.
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Pedro Nuno Santos esteve pouco mais de meia na reunião da Comissão Nacional do onde falou ao partido pela última vez como líder. À saída diz aos jornalistas que deixa hoje o cargo
“Termino aqui um percurso de muitos anos de dedicação ao partido e ao país”, diz Pedro Nuno Santos: “A vida não termina, a vida política a partidária termina”. Ao mesmo tempo diz que “continuará a fazer intervenção política”, mas diz que ainda não tomou decisão sobre o lugar na Assembleia da República.
“Parece-me bem que o partido não fique muito tempo sem secretário-geral”, diz o socialista sobre a discussão do timing da sua sucessão e o impacto nas autárquicas.
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Carlos César chega agora à reunião da Comissão Nacional do PS e define como prioridade “a reposição da normalidade institucional” para fortalecer a “legitimidade” do partido. Neste sentido, aponta eleições internas para o novo secretário-geral no dia 27 e 28 de junho, com apresentação de candidaturas até ao dia 12 de junho.
Tal como já tinha declarado, defende que o novo secretário-geral seja escolhido o mais rapidamente possível, para que se possa fazer “uma preparação cuidada” para as eleições autárquicas, a realizar no final do verão. Só depois deste novo período eleitoral é que os socialistas devem escolher os restantes cargos, nomeadamente os delegados.
Estas prioridades mais urgentes não devem substituir, contudo, uma reflexão “profunda e pausada” sobre o período que os socialistas enfrentam depois dos “maus resultados das eleições legislativas”, sublinhou. O PS deve “reavaliar a sua intervenção social”, assim como as prioridades com que se apresenta aos eleitores, continua Carlos César. Tendo em conta este contexto, o presidente do PS admite que se trata de um processo “difícil”.
Questionado pelos jornalistas sobre a posição que vai assumir sobre a viabilização do Governo — tendo em conta que assumirá a posição de secretário-geral de forma interina até ao final de junho — Carlos César responde que o PS irá tomar as mesmas medidas que na última legislatura e viabilizar o Governo da AD. No que toca ao Orçamento de Estado, destaca que essas decisões já caberão ao novo secretário-geral.
O facto de ir assumir funções como secretário-geral significa que será Carlos César a representar o PS na próxima ronda de audiências do Presidente da República com os partidos, em Belém.
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José Luís Carneiro, que foi adversário de Pedro Nuno Santos nas últimas diretas, é o socialista em melhores condições para suceder a Pedro Nuno Santos. Mas pode vir a ter concorrência interna.
Miguel Prata Roque, que recentemente disputou a liderança do PS Lisboa com Carla Tavares (perdendo), está a posicionar-se e tem criticado aquilo que considera ser “uma tentativa de amordaçar o debate interno“. O socialista não faz parte da Comissão Nacional.
Miguel Prata Roque pondera avançar contra Carneiro e os “consensos balofos”
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O PS reúne-se no meio de um debate sobre o timing dessa eleições directas, com altos quadros do partido a defenderem que deviam ser feitas com mais tempo, como Fernando Medina ou Duarte Cordeiro.
Esta semana houve tentativas para desacelerar o processo e encontrar um nome mais consensual que pudesse suceder a Pedro Nuno Santos. No entanto, o avanço rápido de José Luís Carneiro no terreno fez com que muitos dos possíveis candidatos recuassem.
Medina não avança. Carneiro com caminho livre para ser líder do PS (mas sob muitas críticas)
Medina não avança. Carneiro com caminho livre para ser líder do PS (mas sob muitas críticas)
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Bom dia,
O PS reúne-se esta manhã para analisar a derrota estrondosa que teve nas eleições legislativas, com o Chega a aproximar-se e a poder ultrapassar o partido em número de deputados. A reunião da Comissão Nacional, o órgão máximo entre congressos, vai também marcar o calendário eleitoral interno para a sucessão de Pedro Nuno Santos.
Vai poder acompanhar tudo neste liveblog.
observador