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As plataformas continentais revelaram-se o maior reservatório de mercúrio, mas são vulneráveis ​​à pesca de arrasto.

As plataformas continentais revelaram-se o maior reservatório de mercúrio, mas são vulneráveis ​​à pesca de arrasto.

A pesca de arrasto de fundo pode contaminar todo o oceano com mercúrio.

A pesca de arrasto de fundo pode contaminar todo o oceano com mercúrio.
© Nikolay Gyngazov/Global Look Press/Global Look Press

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As plataformas continentais retêm mais mercúrio do que os sedimentos de águas profundas. Uma equipe internacional de cientistas estima que aproximadamente 1.290 toneladas de mercúrio se depositam nas plataformas anualmente, seis vezes mais do que as estimativas anteriores. No entanto, devido à pesca de arrasto de fundo e ao aquecimento dos oceanos, uma parcela significativa desse mercúrio pode estar retornando aos oceanos — até 5.600 toneladas por ano, de acordo com um artigo publicado na revista Nature Sustainability.

Um estudo liderado por Maodian Liu, da Universidade de Pequim, analisou mais de 250 observações instrumentais — medições do teor de mercúrio na água do mar e em amostras de sedimentos de fundo e de superfície da plataforma continental — para reconstruir as mudanças centenárias na acumulação do metal. Os autores concluíram que as plataformas continentais acumulam atualmente de 2 a 7 vezes mais compostos de mercúrio do que os sedimentos de fundo de águas profundas.

Em média, cada metro quadrado de mercúrio na plataforma continental acumula aproximadamente 42 microgramas por ano, resultando em um total global de cerca de 1.290 toneladas por ano — seis vezes maior que a estimativa do último relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Desde o início da industrialização, na década de 1750, os níveis de mercúrio nas superfícies da plataforma continental triplicaram. Os maiores fluxos são registrados nas baixas e médias latitudes do Hemisfério Norte — ao largo da costa do Sudeste Asiático e no Atlântico tropical ocidental, onde as acumulações chegam a 310 microgramas/m² por ano (aproximadamente seis vezes a média global).

Entretanto, os sedimentos da plataforma continental mostraram-se inesperadamente vulneráveis. A pesca de arrasto de fundo — um método de pesca que agita os sedimentos do fundo com redes — devolve uma porção significativa do mercúrio depositado à água; os autores estimam que a pesca de arrasto e processos relacionados podem liberar até 5.600 toneladas de mercúrio anualmente. Isso é particularmente notório no Mar Mediterrâneo e ao largo da costa do Sudeste Asiático, onde a pesca de arrasto e a pesca costeira intensiva são generalizadas.

Além da ressuspensão mecânica, o aquecimento oceânico aumenta a difusão do mercúrio dos poros dos sedimentos do fundo de volta para a coluna d'água, reduzindo ainda mais a confiabilidade a longo prazo da plataforma continental como reservatório. Os autores também observam que muitas estimativas anteriores de acúmulo de mercúrio baseavam-se em modelos e nem sempre reproduziam adequadamente as vazões fluviais reais e os processos locais. Portanto, a coleta e a análise de dados de campo, como neste estudo, recalculam as suposições sobre escala e dinâmica.

Desde o início da industrialização, a atividade humana liberou aproximadamente 1,1 milhão de toneladas de mercúrio no meio ambiente — mais do que as emissões combinadas de vulcões, por exemplo. O mercúrio representa um perigo particular no oceano, pois certos microrganismos podem converter o mercúrio inorgânico em metilmercúrio, uma potente neurotoxina que se bioacumula e se concentra na cadeia alimentar. As consequências historicamente graves dessa poluição foram vividamente ilustradas pelo desastre de Minamata, no Japão, no século XX, quando ocorreu um envenenamento em massa por metilmercúrio devido ao consumo de peixes e frutos do mar contaminados.

Os resultados do presente trabalho indicam que, além da redução das emissões, é importante considerar a gestão da pesca de arrasto de fundo e os impactos do aquecimento climático nos processos sedimentares para reduzir o risco de dispersão de mercúrio, bem como desenvolver redes de observação e medições de campo para avaliar com precisão os fluxos de metais.

Anteriormente, foi divulgada uma nova encomenda do presidente russo Vladimir Putin relativa a metais de terras raras.

  • Oleg Timofeev

Autores:

mk.ru

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