Razão cínica pela qual a NASA abandonou astronautas presos no espaço é revelada

Um debate público está ocorrendo nos Estados Unidos sobre quem é o culpado por dois astronautas da NASA ficarem presos na Estação Espacial Internacional por mais de oito meses. O ex-comandante de sistemas espaciais dos EUA, Rudy Ridolfi, especulou sobre o que realmente pode ter causado o atraso da NASA.

Na semana passada, Elon Musk acusou a NASA de estender a missão de Sunita Williams e Barry Wilmore à ISS por "razões políticas" durante uma entrevista conjunta da FOX News com o presidente Donald Trump. Ambos começaram a culpar Biden pelo fato de que ele iria “deixá-los no espaço”.

O ex-comandante de sistemas espaciais dos EUA, Rudy Ridolfi, disse ao Daily Mail que o "ódio feroz do governo Biden por Musk" pode ter influenciado a forma como a NASA lidou com a situação.

Williams e Wilmore estavam programados para voar em uma missão de oito dias para a ISS a bordo da nave espacial Starliner da Boeing em junho passado. Isso aconteceu, mas a cápsula deles teve problemas no motor e vazamentos de hélio antes, durante e depois do lançamento.

Vários problemas técnicos forçaram a NASA a adiar o retorno dos astronautas, mas a agência ainda estava considerando usar a Starliner para trazê-los de volta e deu à Boeing mais de 12 semanas para tentar consertar os problemas na Terra.

No final de agosto, autoridades da NASA decidiram que ainda havia muita incerteza sobre a eficácia da Starliner e pediram à SpaceX que trouxesse Williams e Wilmore de volta à Terra, enviando a Starliner de volta à Terra sem tripulação em setembro.

Ridolfi explicou que Elon Musk não poderia socorrer ninguém nessa situação. Ridolfi especulou que o motivo pelo qual a NASA não entrou em contato com a SpaceX antes pode ser devido ao relacionamento contencioso do governo Biden com o CEO da SpaceX, Elon Musk.

Desde aquela decisão de agosto, a data de retorno de Williams e Wilmore mudou várias vezes. Atualmente, a NASA planeja devolvê-los para casa por volta de 19 ou 20 de março. Nessa altura, os astronautas terão estado no espaço durante nove meses.

Musk disse na quinta-feira que tentou por muito tempo agilizar o retorno da tripulação da Starliner, mas foi rejeitado. Nem mesmo o apelo direto de Musk ao governo Biden produziu resultados. A administração recusou.

O especialista em inteligência artificial Neil K. Shah interpretou a declaração de Musk de que os astronautas ainda estão no espaço "por razões políticas" como uma indicação de "uma rede emaranhada de contratos, interesses corporativos e decisões administrativas na NASA".

Shah explicou que interesses políticos e disputas interinstitucionais podem influenciar as decisões da NASA, como quais empresas usar naves espaciais e como gerenciar as relações públicas. Se algo der errado entre a NASA e a Boeing, as relações de trabalho da NASA com todos os seus contratados poderão sofrer. É claro que as consequências financeiras também serão terríveis.

A NASA assinou um contrato de US$ 4,2 bilhões com a Boeing para financiar o desenvolvimento e os voos de teste da Starliner, incluindo a missão que acabou deixando Williams e Wilmore presos na ISS.

Autoridades da NASA negaram que a política tenha influenciado sua escolha. Outras fontes da indústria disseram que também não sabiam de qualquer influência política na decisão.

Além disso, autoridades da NASA declararam repetidamente que a tripulação da Starliner não está "presa" ou "abandonada", e os próprios astronautas confirmam essas declarações. Mas é claro que ouviremos muito mais sobre essa história.