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Prof. Jacek Kot: um corpo saudável pode suportar bem o voo espacial

Prof. Jacek Kot: um corpo saudável pode suportar bem o voo espacial

O Prof. Jacek Kot, da Universidade Médica de Gdansk, avaliou em entrevista à PAP que o corpo de uma pessoa saudável tolera bem as mudanças fisiológicas que ocorrem durante uma curta permanência na órbita da Terra. Ele acrescentou que as maiores sobrecargas ocorrem durante a decolagem e o pouso.

Um voo espacial está associado a mudanças fisiológicas e, portanto, a estresse para o corpo. No entanto, ao longo dos anos, treinamentos e programas adequados foram desenvolvidos para preparar os astronautas para a estadia em órbita. A maioria das pessoas saudáveis ​​consegue lidar com essa carga, bem como com uma longa estadia em altas montanhas, uma expedição à selva ou uma expedição à Antártida. Os astronautas também são preparados por centros certificados", explicou o Prof. Kot.

O lançamento da missão Ax-4 com o polonês Sławosz Uznański-Wiśniewski para a Estação Espacial Internacional (ISS) está programado para terça-feira, 10 de junho. Os astronautas passarão 14 dias na estação.

Um especialista da GUMed, especialista em medicina de esportes radicais – principalmente medicina de mergulho – explicou que as maiores ameaças fisiológicas no espaço podem resultar de mudanças repentinas de pressão. Na prática, porém, os astronautas não correm esse risco. Tanto o foguete quanto a estação espacial mantêm uma pressão semelhante à da Terra – cerca de uma atmosfera.

A redução de pressão só ocorre em trajes espaciais durante caminhadas espaciais, mas o astronauta polonês não tem planos semelhantes. Portanto, a menos que a cabine seja despressurizada repentinamente (deshermetização), não há risco de doença de descompressão. A composição do ar na estação também corresponde à da Terra, portanto, o corpo não precisa se adaptar às mudanças nessa área.

Em relação à microgravidade – comumente chamada de ausência de gravidade –, estadias de alguns ou dezenas de dias não representam um grande risco à saúde. "Apenas os fluidos corporais são deslocados no corpo. Na Terra, os fluidos se acumulam principalmente nos membros inferiores, enquanto na ausência de gravidade eles se deslocam para o peito e a cabeça. Isso aumenta a carga sobre o coração, que precisa bombear o sangue com mais intensidade", explicou o Prof. Kot.

Na fase inicial da estadia em condições de microgravidade, também podem ocorrer aumento da produção de urina e leve desidratação. "No entanto, se o voo não for longo, não haverá consequências graves para a saúde — nem durante a missão nem após o retorno à Terra", disse o especialista. Ele observou que alguns riscos podem ocorrer em pessoas com doenças circulatórias ou respiratórias.

Outro fator é a radiação ionizante. Na Terra, a atmosfera e a magnetosfera nos protegem dela. Em órbita, essa proteção é muito mais fraca, e os efeitos de partículas de alta energia podem levar, entre outras coisas, a mutações no DNA. "Em astronautas que passam centenas de dias em uma estação espacial, bem como em tripulações de aeronaves que voam regularmente em grandes altitudes, essa radiação já desempenha um papel significativo. No caso de missões curtas, no entanto, seu impacto é marginal", avaliou o pesquisador.

A maior carga física sobre o corpo durante o voo é a sobrecarga. Ela ocorre durante o lançamento do foguete, quando ele ganha velocidade, e durante o retorno à Terra, ao entrar na atmosfera. "A sobrecarga afeta, entre outras coisas, o sistema circulatório. É por isso que todos os candidatos a astronautas passam por treinamento especial nas chamadas centrífugas. Em condições de sobrecarga controlada, você pode aprender como seu próprio corpo reage e como reagir adequadamente", explicou o Prof. Kot. Ele acrescentou que, atualmente, são utilizados trajes de sobrecarga, que eliminam parcialmente os efeitos negativos desse fenômeno.

"Um corpo saudável consegue lidar bem com uma curta estadia no espaço. Os desafios fisiológicos já são bem compreendidos. Missões subaquáticas profundas de longo prazo podem representar um fardo muito maior para o corpo", concluiu o Prof. Kot.

Ciência na Polônia, Ludwika Tomal (PAP)

lt/ agt/ mhr/

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